Ney Latorraca cita testamento pronto, doença com o sucesso e fala de vaidade: ‘Pago caro até hoje’

Ney Latorraca riu, brincou e se emocionou ao relembrar sua trajetória (só de Globo são 46 anos) no programa “Persona in foco”. O ator falou de sua infância pobre, dos primeiros passos na profissão e do medo quando percebeu que seu grande sonho de ficar famoso havia finalmente se realizado. A virada aconteceu em sua estreia na emissora, fazendo par com Nathália Timberg na novela “Escalada”, em 1974.

“O sucesso mexeu comigo, não sabia que o sucesso era tão violento desse jeito. Eu queria tanto aquele sucesso popular e aconteceu. Fiquei com medo na época, fiquei doente”, contou o ator de 76 anos, que admitiu também que ser vaidoso lhe custou um alto preço na carreira: “Pago até hoje pela minha vaidade. Pago caro”.

Já em sua segunda novela na Globo, “O grito”, Ney Latorraca foi indicado ao título de Rei da Televisão, dado pela extinta revista “Amiga”. Seus concorrentes eram Roberto Carlos e Tarcísio Meira. Para o ator, foi o auge. “Olha que loucura isso para um ex-aluno de teatro em São Paulo, pobre, filho de um casal pobre, estar ao lado desses nomes. Mas sempre quis isso, o sucesso”.

Leia também: Aos 73 anos, Nuno Leal Maia fala de fama, cita arrependimento na carreira e afirma: ‘Não envelheci’

Lenda sobre o musical ‘Hair’

O ator confirmou inclusive uma lenda que ronda a clássica montagem teatral de “Hair”, de que o tamanho do pênis determinava a ordem dos atores no palco, na famosa cena de nu. Além dele, o musical, encenado em 1969, contava com Armando Bogus, Claudio Marzo, Antonio Pitanga, entre outros, no elenco. “É verdade, sim. O Pitanga vinha na frente e eu lá no fundo. Eu não estava com essa bola toda e nem estou até hoje”, contou, aos risos.

Já no fim da entrevista, Ney Latorraca revelou que já deixou seu testamento pronto. Ele disse que seu patriimônio foi construído principalmente com seu trabalho no teatro, incluindo aí o grande sucesso “O mistério de Irma Vap”, que ficou 11 anos em cartaz. E será deixado para instituições, como o Retiro dos Artistas e a ABBR (Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação). “É um desejo da minha mãe também. Acho que é assim que tem que ser. O que eu ganhei com o teatro tem que voltar para essas causas. Essa é a missão do artista, pelo menos para mim”, revelou.

 

Fonte Jornal Extra