Uma instituição que atende cerca de 300 crianças e adolescentes com um programa completo de educação. Assim é o Uerê, um projeto criado e fundado por Yvonne Bezerra de Melo, em 1998. A escola, presidida por Luciana Campos Ramos Martha, se localiza no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro.
Yvonne, a coordenadora executiva, fala que esse nome surgiu ao escolher um que remetesse à África. Segundo ela, a grafia é em Yorubá, um idioma da família linguística nigero-congolesa falado pelos Iorubás. “É por meio do Erê que o Orixá expressa a sua vontade. Erê, nessa língua, significa brincar. É um espírito criança. Já U, em hebreu, é aquele que brilha, iluminado. Uerê ficou fonético e lindo”.
Relembra que na Candelária fundou idealizou a primeira escola na rua. Era um sonho antigo dela e com experiências vividas na África, elaborou uma pedagogia talhada para crianças em zonas de risco ou países em guerra. “Criei uma nova metodologia a ser implementada em sala de aula e em completo desalinho com um colégio tradicional que não consegue ensinar essas crianças”.
O projeto ainda é composto por vários programas: de alimentação, de fotografia, de música, de esportes (no caso, o futebol), de artes, de alfabetização (para crianças e/ou crianças e jovens com defasagem), de leitura e de informática. “Temos também o de bolsa de estudos, voltado para crianças com grandes potencialidades e que nós colocamos no contrato, uma escola particular. Se formam no Ensino Médio e uma grande parte, ingressa em uma universidade ou em escolas técnicas”.
Quanto às premiações, Bezerra recorda inúmeros troféus que o Uerê recebeu por intermédio da Uerê-Mello, reconhecida com umas melhores do mundo pela Unicef. Foram: Prêmio Nacional de Direitos Humanos 1995, Prêmio Cidadania Mundial 1996, Prêmio 50 mulheres que mudaram o mundo, em Zimbabwe (1996), Prêmio Jabuti Literatura 1996, Prêmio Personagem Cidadania, Unesco, Associação Brasileira de Imprensa e Folha Dirigida 2006 e 2007, Prêmio Europeu para a Paz e Cidadania, Prêmio da União Europeia para pessoas que se destacaram mundialmente, Berlim (Alemanha) 2007 – Metodologia Uerê-mello, Empreendedora Social ASHOKA 2008, Prêmio IPSCAN – Excelência na Prevenção do Abuso contra crianças, em Londres (2008), Prêmio Atitude Carioca 2010, Prêmio em Excelência na área de educação, Medalha Tiradentes – ALERJ – 2013, Prêmio Rio Sem Preconceito 2013, Comenda do governo francês, a Légion d’ Honneur 2014, Prêmio Chiquinha Gonzaga de Direitos Humanos, Câmara de Vereadores Rio de Janeiro 2014, Prêmio e Comenda de Direitos Humanos D. Helder Câmara no Senado federal 2015, Prêmio TRIP de empreendedorismo 2019 e Prêmio Best Educator, Fundação BIC, em Paris (2020).
Para finalizar, relata que a maior barreira para todas as organizações não-governamentais é conseguir parceiros. “Na pandemia, teve dificuldade, pois a escola estava fechada e nós, seguimos com as cestas básicas. Isso deu um pouquinho mais de trabalho. Porém, é uma procura constante de parceiros, ou seja, firmas ou pessoas físicas. Recebemos ajuda externa de algumas fundações: Bic, Air France, Sínfise e de alguns estrangeiros, que são pessoas físicas. Hoje, 40% são parceiros ou patrocinadores brasileiros”.
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