Por: Débora Máximo, influenciadora digital
Somos muito fortes! Sim, se você está lendo isso eu digo a você: somos fortes pra caramba! Estamos passando por um dos piores momentos das nossas vidas e sinceramente não conheço ninguém que não tenha passado por mudanças e perdido alguém que amava ou que considerava importante. Estar de frente a uma situação de perda é muito difícil e ninguém sabe lidar com isso muito bem, cada um reage de uma forma diferente. Essa circunstância diz respeito a quem perdeu de fato e para aqueles que querem confortar os que ficaram. Quantas vezes nos vemos sem saber o que falar para uma viúva ou um pai? É muito comum ver alguém em um enterro, por exemplo falando uma besteira ou fazendo uma brincadeira de mal gosto. Uma maneira desajeitada de driblar seus sentimentos e querer ajudar.
Precisamos ter respeito sempre, mas precisamos também compreender as diversas formas de se dizer adeus. Não existe certo ou errado quando falamos de sentimento e comportamento quando sofremos a perda de alguém. Como falei, cada um tem sua maneira de digerir a informação e sentimentos de arrependimento por ter dito algo, solidão e alívio por a pessoa ter sofrido muito antes de sua morte, são sentimentos muito comuns. Eu por exemplo sou do tipo que ignoro em primeiro momento como se negasse o ocorrido, mas na verdade os pensamentos caminham em uma multidão de possibilidades que supostamente poderiam evitar o fato que não quero acreditar. A pessoa que está nesse pesadelo sofre tanto quanto a que expressa com raiva!
Quando a percepção é rápida de que tudo mudou e não podemos fazer mais nada a respeito, se irar é expressar uma indignação pela morte ou talvez procurar culpados, é uma forma de buscar respostas onde na verdade não existem na maioria das vezes. Nesta fase, podemos facilmente ofender quem mais amamos, os que estão mais próximos de nós passando pela mesma perda e é bem possível que a realidade que já era ruim fique pior ainda com brigas e rancores desnecessários. Por outro lado, tem quem encara o luto como um tormento, uma angústia e acabam recorrendo à religião como forma de conforto.
A pessoa que sofre dessa forma tende a se deprimir e se isolar, por não saber lidar com a situação, se sentindo incapaz de resolver se deparando com suas fraquezas e desanimando dia após dia, perdendo toda a vitalidade, como se nada mais importasse podendo até deixar de fazer sua higiene rotineira. Todos nós precisamos de um tempo para organizar os pensamentos depois de um choque como esse, uns mais e outros menos, mas o mais importante é não parar em nenhuma das fases do luto. Permanecendo dessa forma depois de seis meses é melhor buscar ajuda de um psicólogo. Aqueles que assimilam melhor o sentimento de perda auxiliam aqueles que precisam de ajuda em seus processos, é necessário muita compaixão e paciência para com aquele que está abalado.
Nada substitui o que se perdeu, no entanto ter um abraço, uma palavra de conforto ou apenas um orelhão para ouvir as lamentações está valendo e muito! Chegará um momento em que as dores se transformarão em saudades e a vida terá cor novamente. O luto é uma adaptação de uma nova realidade e é necessário voltar à rotina sem culpa, dando valor aqueles que estão à nossa volta. Começar com atividades ao ar livre é uma boa dica, fazer coisas que distraiam e não deixam pensar no que se perdeu é ótimo! Chorar faz parte e não tenha vergonha de cair no berreiro, ao contrário do que todos pensam não é sinal de fraqueza e podemos sentir alívio depois. Receba o apoio dos familiares e amigos, não sofra sozinho! Ir a encontros mesmo que não sinta vontade de falar, só de estar na presença de outras pessoas que tem esse amor em comum, já fará com que você não se sinta sozinho.
Pense, seu corpo continua com necessidades, então coma e durma bem, sem excessos! Não caia na cilada de recorrer ao álcool para aliviar a dor, pode até ajudar no começo, mas depois pode se tornar um péssimo vício. É necessário entender que a morte é um processo natural e vamos acabar saindo do processo de luto se conectado consigo mesmo e aceitando essa nova realidade.