O que é Telemedicina e para que serve?

Por: Dr. Márcio Lucas, cirurgião torácico 

O termo telemedicina tem origem na palavra grega ‘tele’, que significa distância. Também é usada para formar as palavras telefone, televisão etc. Assim, a telemedicina abrange toda a prática médica realizada à distância, independente do instrumento utilizado para essa relação. A prática tem origem em Israel e é bastante aplicada nos Estados Unidos, Canadá e países da Europa.

A aplicação da telemedicina é regulada pelas regras da Associação Americana de Telemedicina (American Telemedicine Association) e pelo HIPAA ( Health Insurance Portability and Accountability Act) que garante a segurança e confidencialidade dos dados transmitidos, sendo reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pelas leis brasileiras.

Inicialmente o mercado brasileiro adotou inicialmente normas de ética e padrões de atendimento definidos pelas organizações internacionais, mas a partir de 2002, com a ampliação e consolidação dos serviços, foram criadas normas e resoluções nacionais para guiar esse tipo de trabalho.

O método da medicina é explicado pelo cirurgião torácico Dr. Márcio Lucas, da Global Doctors.

Dúvidas

A telemedicina é um processo avançado para monitoramento de pacientes, troca de informações médicas e análise de resultados de diferentes exames. Estes exames são avaliados e entregues de forma digital, dando apoio para a medicina tradicional. A telemedicina já é utilizada em todo mundo, de forma segura e legalizada, estando de acordo com a legislação e as normas médicas.

Qual o objetivo?

A invenção da Telemedicina, assim como todos os seus aperfeiçoamentos, surge, sempre, pautada por necessidades decorrentes de situações que provocam condições inadequadas. Guerras, expedições a locais inóspitos e até mesmo ao espaço interplanetário. Lugares, nos quais a presença de um especialista ou até mesmo de um médico generalista, se torna difícil e improvável.

Quais são os métodos de trabalho?

Como dissemos acima, a Telemedicina pode se apresentar em diversos níveis. Pode ser realizada unicamente por uma câmera e por um microfone/ alto-falante em seu modelo mais simples e até prescindir da câmera em situações de banda de internet limitada. Por outro lado, podemos realizar exames de baixa/média complexidade à distância tal como otoscopia, laringoscopia, auscultas pulmonar e cardíaca, eletrocardiograma, exames de ecografia como ultrassonografia, ecocardiograma. Já foram realizadas tentativas experimentais de realização de cirurgias robóticas à distância sem, contudo, obter bons resultados devido a qualidade da banda de transmissão de dados. A grande expectativa é de que, com a tecnologia 5G, os limites sejam redefinidos.

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A vinda da Pandemia, decorrente à Covid 19, contribuiu para o crescimento da prática?

Sem dúvida a Pandemia contribuiu para a popularização e o avanço da Tecnologia de Telemedicina. Como mencionamos acima, sempre que há situações de dificuldade logística existe a demanda de atendimento à distância. Infelizmente houve também uma grande proliferação de Telemedicina de baixa qualidade e com isso devemos ter cuidado e atenção. Já fazemos, na Infinity Care e Global Doctors, Telemedicina de qualidade superior há mais de dez anos, durante os quais vimos todo o tipo de serviços serem oferecidos com qualidade nem sempre garantida.

É uma área que já desperta interesse em graduandos em medicina? Porque?

Os graduandos de Medicina, assim como os estudantes de maneira geral, tiveram que ter seu primeiro contato com o ensino virtual durante a Pandemia. Em algum momento isso passou a fazer parte de suas vidas. Sem dúvida essa “apresentação” propiciará interesse e aceitação precoces. Bem mais fácil do que com minha geração.

Disponibilidade de dados na nuvem?

O histórico médico de cada paciente é um registro essencial para acompanhar a evolução de um quadro clínico ou simplesmente para monitorar questões que precisem de maior atenção. Assim, com plataformas e ferramentas que viabilizam a inclusão de dados na nuvem, diferentes médicos podem se informar sobre os seus antecedentes de saúde e atendê-lo sem a necessidade de repetirem perguntas.

Os dados armazenados na nuvem também são excelentes para laboratórios, que registram a evolução de cada paciente.

É o futuro da Medicina?

Diria que a Telemedicina é, por tudo o que vimos à medicina do PRESENTE.