O cantor Genival Lacerda, de 89 anos de idade, morreu nesta quinta-feira (7), por complicações da Covid-19. De acordo com a Quem, ele estava internado na UTI desde 30 de novembro, em estado grave e respirando com a ajuda de aparelhos.
Com mensagem breve em seu Instagram, o filho do cantor, Genival Lacerda Filho, informou no começo da manhã desta quinta-feira (7). “Painho faleceu”, disse em seus stories.
Natural de Campina Grande (PB), Genival Lacerda, nasceu no dia 5 de abril de 1931. Aos 25 anos, lançou seu primeiro disco, com a interpretação de “Coco de 56” (parceria dele com João Vicente) e de “Dance o xaxado“, feita por ele e Manoel Avelino. O artista atravessou o restante da segunda metade da década de 1950 e toda os anos de 1960 com uma série de lançamentos.
“Severina xique-xique“, seu maior sucesso da carreira, foi gravada pela primeira vez em 1975. A música fez parte do LP “Aqui tem catimberê”. Parceria dele com João Gonçalves, o hit alavancou as vendas do disco, que teve 800 mil cópias vendidas.
Dança e chapéu branco eram marcas
Genival seguiu ativo nos estúdios e nos palcos até gravar, em 1987, outro sucesso de sua trajetória, o LP “A fubica dela“. Seu estilo de dança, com o movimento para segurar a barriga enquanto se balança, era herança dos tempos de início da trajetória, na Paraíba, antes de partir a trabalho, incentivado por Jackson do Pandeiro, para o Rio de Janeiro.
Com o chapéu branco característico, a malícia e o bom humor, Genival chegou aos 40 anos de carreira – em meados da década de 1990 – colecionando 38 LPs gravados. No ano 2000, o paraibano lançou o CD “Genival Lacerda ao vivo”, marcando as comemorações pelos seus 50 anos de carreira. O show foi gravado em São Paulo (SP) e contou com as participações especiais de Dominguinhos, Osvaldinho do Acordeon e Durval Pereira. Além do clássico “Severino Xique Xique”, o registro revisou sucessos como “Radinho de pilha”, “Mate o véio” e “Caldinho de mocotó”.
Experiente, a partir de então a carreira de Genival Lacerda entrou na seara das homenagens (como a que a cantora Clemilda fez pra ele, em Aracaju/SE, em 2004). Em 2008, uma turnê pelos principais destinos do forró no Nordeste (incluindo Caruaru/PE, Campina Grande e Juazeiro/BA) deu origem à gravação do documentário “É tudo verdade – O Rei da Munganga“, dirigido por Carolina Paiva. A Orquestra Sinfônica Jovem do Estado da Paraíba acompanhou o cantor em algumas músicas, para o registro audiovisual dedicado à memória de Marinez.
Releituras
A obra de Genival Lacerda segue ganhando uma série de releituras, a exemplo da que foi feita de “Severina Xique-Xique” para o disco “Música de Brinquedo 2”, da banda mineira Pato Fu (2017). Nos últimos anos, Genival já vinha apresentando seu filho, João Lacerda, nos shows que fazia. João tem carreira solo e também acompanhava, cantando, seu pai. O artista veterano fazia a defesa do “forró malícia“, largamente difundido por ele, dizendo que a música “não era putaria, putaria é outra coisa. Isso é duplo sentido!“.
AVC e Covid-19
Genival morreu nesta quinta, aos 89 anos, após travar uma dura luta com a Covid-19. Ele estava internado desde o dia 30 de novembro em um hospital do Recife por conta de uma pneumonia causada pelo novo coronavírus. Meses antes, em maio, o paraibano havia sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC). A morte foi confirmada pelo filho do cantor, por meio das redes sociais.