Equilíbrio e naturalidade na vida
Ela é bonita, charmosa e muito, mas muito, elegante mesmo. Daquelas pessoas que a gente olha e fica com vontade de perguntar tudo: como sua pele é tão bonita; o que usa nos cabelos; que perfume você está usando; de onde é essa bota taõooooo linda?
Mas não pense que é aquela beleza artificial, e montada, que a gente vê por aí. Nada contra as belezas artificiais, é claro, porque cada pessoa tem sua beleza e estilo. Mas encontrar uma beleza natural em um mundo altamente produzido, é mesmo uma raridade.
Ela é Débora Máximo, digital influencer de 43 anos, muito bem casada e mãe de 2 filhos, Bernardo de 8, e Eduarda de 6 anos. Carioca, de família tradicional, desde muito cedo fez sucesso no Rio de Janeiro, onde foi descoberta aos 15 anos por uma booker (espécie de caça talentos de agências de modelos), em uma rua da cidade maravilhosa. O convite a deixou meio receosa, mas com a presença dos pais, resolveu checar qual era a proposta daquele convite. E não é que deu certo? A menina que sempre foi linda e sonhava alto, foi logo contratada pela agência e virou modelo internacional, o que a proporcionou conhecer vários países e culturas diferentes.
Débora trabalhou como modelo por quase 20 anos e teve uma carreira brilhante por conta da beleza, é claro, mas também pela disciplina, e seriedade como conduziu a vida profissional.
Com o casamento e a chegada dos filhos, a influencer decidiu seguir outros caminhos e caiu de amores pela internet, especialmente pela rede queridinha dos brasileiros, o Instagram.
Como descobriu a internet
Apesar de parecer muito diferente, o trabalho de modelo e o de digital influencer de alguma forma, eles são parecidos.
¨Achei que eu poderia agregar algo de bacana na vida das pessoas. A modelo expõe o produto através da aparência pois coloca uma roupa, um sapato, segura um produto. E a influencer influencia através da vivência, e isso traz uma realidade, uma verdade sobre aquilo que você está mostrando.¨
O Instagram traz uma verdade sobre um produto, sobre uma rotina, sobre um estilo de vida, e sobre muitas coisas.
Apesar da gente saber que existem muitas inverdades, situações altamente produzidas e fakes, essa rede é muito poderosa. Eu acredito muito que mentiras não conseguem ficar muito tempo sendo alimentadas…Hoje as pessoas sabem o que é real e o que é fake. Nesse ponto, o Instagram, é um instrumento incrível se for feito da maneira correta.
Como foi sua estreia no Instagram ?
Literalmente comecei a entrar na rede sem nenhum planejamento. Na época não tinha ideia de como fazer, mas entendi que tinha que fazer. Meu maior desafio era me expor, falar sobre mim e sobre as coisas que eu gosto e uso… Porque até então, parecia que era um segredo. As pessoas vinham perguntar: não sei se você vai falar de como cuida da sua pele, qual creme você usa, se eu achava que a roupa estava legal…. Essas perguntas eram feitas por eu ser modelo, e na época eu não tinha muita oportunidade de responder. As pessoas pediam dicas pra mim e daí pensei: ¨porque não dar essas dicas numa rede que alcança o mundo todo. Todo mundo pode ver e tirar suas dúvidas.¨
A gente hoje possui um instrumento tão bom que é o Instagram, que tem o poder de ajudar as pessoas no sentido de mostrar coisas legais e opções diversas que não tem como ignorar.
Qual sua maior preocupação quando vai postar alguma foto?
Me preocupo muito com a verdade, zelo muito pela minha credibilidade e não coloco nada que não seja bom, de procedência duvidosa, ou que eu não usaria.
Às vezes a pessoa usa tal produto porque viu na internet. Então é legal a gente falar da nossa verdade e mostrar o que é bom, mas sempre indicar o que é legal para cada pessoa. Não podemos impor nossa verdade, mas sim criar um estímulo.
Um creme, por exemplo, quando falo dele é sobre a minha pele. E pode não ser para a pele de outra pessoa que está me vendo na tela do celular. Mas ali ela encontra uma referência, ou até mesmo um estímulo para procurar um dermatologista para indicar um creme adequado a ela. E isso é incrível de saber.
É uma oportunidade de poder ensinar o que eu sei.
O começo como Influencer
No começo, eu me paralisei por achar que o que eu sabia era banal. Mas depois entendi que sempre existe alguém em busca de uma informação que você tem. E isso é muito incrível porque, a gente começa a ver que tem espaço para todo mundo e que, você pode ajudar pessoas que você nunca viu na vida, pode alcançar lugares que você nunca imaginou, e pode passar uma informação que vai ajudar alguém naquele momento.
Marido Incentivador
Toda mudança, todo começo é difícil porque você fica inseguro. Mas depois que começa, você se solta e tudo flui. Meu maior incentivador é e sempre foi meu marido, que me põe pra cima, que me ajuda todos os dias. O que ele sabe, ele me ensina, e me estimula muito. Sou muito grata a ele e formamos uma ótima parceria em tudo.
Passei um tempo colocando algumas coisas poucas. No começo me preocupava muito com tudo. Mas depois eu me libertei e pensei: ¨¨eu preciso ser eu mesma¨ e quando você sabe quem é, as coisas fluem e ficam bem naturais.
¨Não existe gente feia, existe pessoa que não sabe se vestir, se cuidar e não se enxerga, não enxerga a beleza que tem.¨
O que é Estilo?
Estilo nada mais é do que a pessoa exteriorizar o que tem dentro dela. E de alguma forma você faz isso pela roupa. A gente expressa nossos sentimentos com nossas roupas.
O estilo é você saber quem você é e não importa a classe social. O importante é a pessoa conhecer seu corpo e as peças, as cores que lhe caem bem. Não importa onde você estiver comprando, ou na loja mais simples ou nas lojas de grife.
Como modelo eu era só um cabide, porque você põe a roupa que te entregam, você não escolhe nada. É um trabalho. Mas como influencer eu posso mostrar meu eu verdadeiro.
Como uma pessoa que tem um orçamento enxuto pode garantir um bom guarda roupa?
A pessoa tem que sondar a semana dela e organizar seu guarda roupa de maneira que ela saiba o que usar. Ela precisa saber qual o tipo de roupa que tem que usar em cada ocasião. Roupa de qualidade tem uma boa costura, tecido durável que é apropriado para aquele corpo.
Acho que é muito melhor investir numa peça de boa qualidade, que é apropriada com a rotina de vida dela do que em roupas que logo ficam desgastadas, desbotadas ou descosturando. É dinheiro jogado fora. E não se trata aqui de comprar apenas roupas de grife. Tem muitas roupas muito bacanas de qualidade em lojas mais simples.
Um bom exemplo seria comprar uma roupa de alfaiataria que é super chique e muito versátil. Com ele dá para compor vários looks, desde o mais arrumado, até o mais casual. Coloca um salto e fica bonito, uma sapatilha, scarpin, ou até um tênis que está sempre elegante, pois é uma peça super versátil e alinhada.
Repetir roupas é um problema?
De maneira nenhuma. Temos que praticar o exercício de multiplicar peças. Você pega aquela peça e imagina quantos looks você faz com ela. Dá pra combinar de várias maneiras e fica sempre um look novo.
Tênis, vilão ou mocinho?
Adoro tênis. E existem inúmeros modelos e muitos bem estilosos.
Calça cintura baixa:
Não. Não é chique, não é sofisticado. Encurta a mulher. Não vejo alinhado. Parece que está faltando alguma coisa.
Decote exagerado:
Não é chique. Está mostrando além do que precisa. Acredito que mostra um pouco de insegurança da mulher.
Couro:
Eu amo Couro, mas é uma peça bem forte e tem que saber usar. E hoje temos que pensar na sustentabilidade e como é o processo do couro verdadeiro. Existem os couros fakes que estão super em alta e eu acho muito bacana. Mas é bom ficar atento à qualidade porque tem alguns que parecem plástico e isso não é legal.
Botas:
Botas são tudo de bom. Está liberado usar botas com calça, saia, vestido. O Coturno está super em alta e nunca sai de moda. Se você for mais baixinha, pode usar os que têm solado mais tijolo, bloco. E está super na moda e é bom porque é super confortável, uma delícia de usar.
Vinil:
Nãoooo. Eu não gosto muito de vinil. Não é chique, e nunca vi uma peça realmente incrível feita desse material. Não mesmo.
Todo mundo pode ser loira?
Poder pode, mas nem todas devem pois, é preciso muita disciplina, dedicação e cuidados constantes com os cabelos loiros para não dar um aspecto de mau zelo. Nem todo mundo tem esse tempo, então é muito importante avaliar essa questão pois, cabelo loiro dá trabalho, gasta muito dinheiro em manutenção, e gasta muito tempo também. Se a pessoa se dedicar a tudo isso, sem problema algum.
Como você cuida do seu loiro?
Sempre que vou fazer as luzes, faço hidratação antes para preparar o cabelo que vai ficar fragilizado e deteriorado com a descoloração. Depois do procedimento, passo 2, 3 dias sem lavar, escovo de baixo pra cima para deixar a oleosidade natural atuar nos fios e depois lavo com shampoo e condicionador de queratina. Faço 3 ciclos desse tipo e depois entro com outro tipo de hidratação. Tem dado certo.
Cirurgia plástica
Sou super a favor desde que faça a pessoa feliz. Tem que fazer mesmo se algo estiver incomodando, mas tudo com delicadeza e equilíbrio. Por enquanto, eu sou fã de botox e de bons cremes.
¨Não existe um certo ou errado, existe como você vai usar e onde você vai usar. Você começa a perceber e a captar a essência do seu eu. Existe uma linha de raciocínio que eu sempre uso: eu vou em tal lugar, quem vai comigo, o que terá, onde será. Daí eu componho meu look.¨
Sobrancelhas:
Sobrancelha de nike: Não é legal. Tudo que a gente vê que é muito artificial, não dá. Podemos fazer tudo, desde que não fique muito exageradamente artificial. Às vezes você vê que não bate, que não existe uma harmonia.
Unhas em gel:
Acho super legal, mas existe um limite. Aquelas unhas enormes não são legais. Não é chique de maneira nenhuma. Temos sempre que pensar que Não somos árvores de Natal. O ser humano é lindo. A gente só vai aprimorar essa beleza que já temos. A beleza está dentro de cada um e o que está fora não é pra gente distorcer, é pra aceitar e cuidar do que temos.
Filtros na Internet:
Eu adoro filtros da internet. Acho super incríveis. Mas algumas vezes coloco fotos sem filtro porque senão, as pessoas acham que somos perfeitas, mas não somos, claro. E eu gosto de passar o meu eu mesmo, mostrar que tenho medos, inseguranças e tudo mais.
Equilibrio é tudo
Casacos de Pele:
Tanta tecnologia pra gente se informar. Antigamente as pessoas usavam casacos de pele para se aquecer, então tinha até uma desculpa, mas hoje temos tantas outras texturas, outros tecidos. Não há necessidade. Ainda mais porque com a tecnologia, hoje sabemos como são produzidos esses casacos. Com tanta dor de um ser vivo.
Esse é mais um motivo para olharmos pra moda e sabermos a procedência daquilo que a gente usa.
Hoje podemos escolher o que, e onde comprar. O produtor vem de dor, vem de trabalho escravo… Precisamos nos conscientizar sobre isso.
E a grande pergunta que sempre temos que fazer é: DE ONDE VEM?
Estamos num momento da moda muito incrível. Podemos usar tudo de tudo, mas nem tudo nos convém. Então é aquela história: menos é sempre mais.
fonte: Revista A mais influente