Copa América x Covid: a gestão de um evento realizado em plena pandemia

Desde o dia 11 de junho, o Brasil está recebendo a Copa América. Entretanto, a 47ª edição é marcada por um cenário pandêmico, não apenas local, mas também em todo o continente americano. E com isso, há grandes preocupações com relação à propagação da doença.

A gestão do evento

O gestor esportivo Rico Chermont explica que o país tem excelentes profissionais, já que ganhou muita experiência em grandes competições. É o caso das Olimpíadas Rio 2016, da Copa do Mundo 2014 e da Copa América 2019. “Grande parte da equipe que participou dos comitês foi convocada para a gestão dessa Copa América. No quesito execução, vai tirar de letra”.

Pelo ponto de vista de Chermont, a opinião pública é o assunto que causa a maior discussão. Ele diz que os estádios construídos para o Mundial da FIFA são suficientes para os jogos. “O Comitê Organizador é competente o suficiente para sediar o torneio. Contudo, a opinião pública, principalmente, por conta da pandemia é, sem dúvidas, a maior dificuldade encontrada nesse momento”.

De acordo com pesquisas feitas por Chermont, existem dois pontos principais de segurança da saúde para os países participantes. O primeiro é o ingresso no país, o que gerou grande preocupação por conta das diversas variantes do vírus, das quais poderiam ser trazidas para cá. Cada membro das delegações teve que carregar no portal médico, 24 horas antes do embarque. O resultado do seu teste PCR com a data de coleta da amostra é de, no máximo, dois dias de antecedência do voo.

 O segundo é obedecer os protocolos durante a estadia. Permanecer isolado de pessoas externas, é um exemplo. Menciona que algumas recomendações tendem a ser seguidas. Os atletas serão monitorados pela equipe médica. Precisam manter a higiene durante os treinamentos, além dos protocolos básicos: retirada de temperatura, uso de máscaras, álcool em gel, mãos lavadas, distanciamento.

Rico Chermont, gestor esportivo

 

 No ponto de vista técnico e de infraestrutura, ele declara que o Brasil está preparado para receber qualquer torneio do mundo, inclusive, outra Copa do Mundo. Os estádios e capacidade humana de organização são referências no mundo do futebol. “No ponto de vista da atual situação da pandemia, não daria para receber disputas internacionais, devido ao falho controle sanitário e da gestão federal diante da Covid”.

 Sem legado. Rico profere que a Copa América se tornou um fiasco no que diz respeito à audiência, à opinião pública e à segurança sanitária. “Não acrescentou nada. Pelo contrário, gerou uma insatisfação da população e dos clubes brasileiros, que perderam seus jogadores para uma competição sem brilho. Há dois anos, foi muito bem organizada e com certeza, teve muito mais valor a essa. Se o Brasil vencer, não há motivos para comemorar”, finaliza.