Por: Dr. Rodrigo Mauro, médico nutrólogo
A alergia alimentar pode ser definida como uma reação “exagerada” do nosso sistema imunológico quando consumimos algum alimento ou substância que é entendida como “nociva” ao organismo, sendo manifestada através de sintomas como urticária na pele ou distúrbios gastrointestinais e respiratórios. Estes sintomas, podem ser leves ou apresentarem uma gravidade maior, em alguns casos. A incidência de reações alérgicas de cunho alimentar na população considerada saudável, ou seja, que não apresentam outras doenças ou comorbidades, são relativamente baixas, acometendo uma média de 8% de crianças com faixa etária até 3 anos de idade e até 3% dos adultos.
Um fator importante em relação ao desenvolvimento destas alergias está ligado à genética familiar. Pais e mães alérgicos tem a probabilidade de até 75% de gerarem filhos que terão algum tipo de alergia.
Além disso, existem problemas relacionados a alterações intestinais que podem causar diversas sensibilidades em relação à ingestão de certos tipos de alimentos. Destes, devemos destacar aqueles que estão entre os maiores causadores de alergias alimentares dentro desta população, que são: ovos, leite de vaca, peixes, crustáceos, trigo, soja e algumas castanhas. Estas reações podem, inclusive, se apresentarem nas formas mais graves, que classificamos como “anafiláticas”, ou seja, reações sérias e súbitas que necessitam de socorro imediato, pois podem trazer risco à vida.
Quando se fala em alergia, é crucial darmos os nomes certos às disfunções e reações que podem ser causadas pelas substâncias contidas nos alimentos, evitando mal-entendidos e desinformação, pois atualmente, mesmo com a facilidade de acesso à informação, este ainda é um problema que nos deparamos frequentemente. Um exemplo claro disto, é a chamada “Intolerância à lactose” que não é uma alergia e sim, uma deficiência metabólica do organismo da pessoa que não consegue digerir os açúcares contidos no leite e seus derivados. A orientação nutricional para cada uma destas doenças é completamente diferente.
O diagnóstico da alergia alimentar é feito através da análise minuciosa da história clínica do paciente associada à exames e testes alérgicos. O apoio e as informações da família neste momento, principalmente no caso das crianças, é fundamental, pois através do entendimento dos hábitos alimentares, o médico poderá identificar qual é a disfunção ou doença presente, desenvolvendo o tratamento adequado para restabelecer a saúde e garantir a qualidade de vida da pessoa.
Fique atento aos sinais que o seu corpo emite quando ingere certos alimentos! Se identificar algo anormal, procure atendimento médico, para que sejam feitos o diagnóstico e o tratamento adequados para seu caso!