Por: Dr. Leonardo Quicoli, médico cardiologista
Ao ser acometido por um infarto do coração, o paciente precisará ter alguns cuidados ao retomar suas atividades diárias e também promover uma mudança de hábitos de vida. Uma parte do coração, dependendo da extensão da lesão provocada pelo infarto, pode perder a sua função e contribuir para a diminuição da atividade cardíaca. Essa redução provoca mais cansaço e a rotina do paciente poderá ficar mais limitada. No entanto, nos casos em que todas as áreas do coração são recuperadas, a vida pode voltar ao normal gradativamente.
É recomendado que o paciente só volte às atividades regulares como trabalhar, por exemplo, um mês depois do ocorrido e inicie atividades físicas moderadas. É importante que a pessoa faça exercícios supervisionados, porque isso melhora a função cardíaca, promovendo uma microcirculação no local que sofreu um infarto.
Além de inserir a atividade física na rotina, terá que eliminar hábitos nocivos à saúde como fumar, beber e ingerir alimentos gordurosos e com muito sal. O paciente vai ter que ser orientado do ponto de vista nutricional, evitando tudo que aumenta o colesterol e o nível de açúcar. Se for obeso, tem que perder peso.
O infarto não representa o fim da vida sexual. É preciso saber que não são as doenças do coração que impedem uma sexualidade plena do paciente, mas a falta de informação. Quem passou pelo problema pode voltar a usufruir o prazer da mesma forma de antes. A atividade sexual pode começar dentro de algumas semanas (em média, três semanas) para a maioria dos pacientes. Mas, caso o indivíduo faça uso de medicamentos para o tratamento da disfunção erétil, é preciso avisar ao médico para que avaliar se existe algum risco.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia ressalta que quem não segue as recomendações médicas pode ter um novo acidente cardíaco em cinco anos. Uma pesquisa em seis capitais brasileiras revelou que as pessoas que sofrem um infarto procuram mudar o estilo de vida no primeiro ano, mas depois tendem a retomar os hábitos ruins.
Fazem parte da lista de fatores de risco o estresse e a depressão. O indivíduo que infarta, normalmente é ansioso ou sofre de depressão e, em alguns casos, há a necessidade de acompanhamento psicológico após o infarto do miocárdio.