Por: Dra. Mariana Kessel, médica dermatologista
As estrias representam uma queixa frequente no nosso dia a dia. Consistem em cicatrizes atróficas decorrentes do rompimento de fibras elásticas e colágenas da derme, em consequência ao estiramento excessivo ou abrupto da pele.
Fatores como crescimento rápido da puberdade, aumento abrupto de peso, obesidade, gestação e uso prolongado de corticoesteróides são fatores comumente associados à gênese das estrias, sendo então adolescentes de ambos os sexos e gestantes os principais grupos acometidos.
Inicialmente as estrias se apresentam como lesões cor da pele, rosadas ou arroxeadas (estrias rosadas) devido ao processo inflamatório associado ao estiramento das fibras colágenas e elásticas. Permanecendo o processo inflamatório estas fibras evoluem para ruptura e adquirem o aspecto de cicatriz frouxa e linear de espessuras variadas e coloração mais pálida (estrias brancas). Os principais locais de acometimento são abdome, flancos e dorso, região lateral do glúteo, mamas e região posterior do joelho.
Uma vez identificada a lesão, a busca pelo tratamento precoce é fundamental para que se possa traçar um programa de tratamento, que consiste em protocolos muitas vezes combinados. Tratamento domiciliar com ácidos retinóico e glicólico associados a tecnologias como laser, microdermoabrasão, microneedling com infusão de ativos e intradermoterapia são usados de maneira isolada ou combinada dependendo de cada indicação, idade do paciente e tempo de instalação da lesão. Importante ressaltar que as estrias rosadas (aquelas que ainda apresentam inflamação tecidual decorrente do estiramento) normalmente apresentam uma melhor resposta ao tratamento.
O tratamento destas lesões ainda é um desafio na prática clínica, e mesmo com a associação de técnicas os resultados são satisfatórios. Portanto, a prevenção é essencial.
Cuidado com ganho excessivo de peso! Atenção à hidratação da pele com ativos dermatológicos específicos, especialmente durante o estirão do crescimento e gestação são formas de se prevenir o desenvolvimento das lesões.
Adolescentes que apresentam as lesões e buscam o tratamento merecematenção especial, uma vez que o limiar de dor destes é diferente e não têm o hábito de aderir a rotina de tratamentos domiciliares.