Por: Dr. Leonardo Quicoli, médico cardiologista
Ao ser diagnosticado com diabetes tipo 2, a regra primordial para todos os pacientes é manter os níveis de glicose no sangue controlados. Continuar anos e anos com os valores alterados, traz diversos problemas à saúde. Um deles está ligado ao coração. Isso porque, de acordo com a Associação Americana do Coração, pelo menos 68% das pessoas com 65 anos ou mais com diabetes morrem de algum tipo de doença cardíaca. Além disso, os adultos diabéticos são duas a quatro vezes mais propensos a morrer de problemas cardíacos no comparativo com aqueles sem a doença.
São diversos os motivos para a alteração no coração. Entre eles estão a hiperglicemia, característica do diabetes tipo 2 que, em combinação com os ácidos graxos livres no sangue, pode alterar a composição dos vasos sanguíneos e ai, desenvolver alguma doença coronária. Outro aspecto importante é que, ao desenvolver o diabetes, o revestimento dos vasos sanguíneos pode ficar mais espesso, e isso pode trazer prejuízos no fluxo do sangue, tendo como consequências problemas cardíacos e a possibilidade de acidente vascular cerebral (AVC).
Mesmo quando os níveis de glicose no sangue estão sob controle, o risco de desenvolver doença cardíaca e derrame é maior. Isso porque as pessoas com diabetes, especialmente do tipo 2, podem ter alguns problemas que contribuem para o risco de desenvolver doença cardiovascular:
Hipertensão
A pressão arterial elevada já é constatada como um importante fator de risco para problemas do coração. Estudos relatam uma associação positiva entre a hipertensão e a resistência à insulina. Quando os pacientes têm hipertensão e diabetes, que é uma combinação comum, o risco de desenvolver doenças coronárias duplica.
Colesterol e triglicérides elevados
Uma associação bastante, diabéticos que apresentam níveis de colesterol LDL (o ruim) altos e de HDL (o bom) baixos, além do valor de triglicérides elevados. Essa combinação, geralmente, acontece em pacientes com doenças coronárias prematuras. Por isso, é sempre bom ficar em alerta.
Obesidade
Estar acima do peso é outro grande fator de risco para o desenvolvimento de problemas cardíacos. Além disso, a obesidade tem sido fortemente associada à resistência à insulina. E aqui, a solução é simples: eliminar quilos. Fazendo assim, é possível reduzir as chances de afetar o coração, assim como diminuir a concentração de insulina e aumentar a sensibilidade ao hormônio.
Falta de atividade física
O sedentarismo é, sem dúvida, outro importante desencadeador para a resistência à insulina e doenças cardiovasculares. Exercício e perda de peso podem prevenir ou retardar o aparecimento do diabetes tipo 2, reduzir a pressão arterial e ajudar a diminuir o risco de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral. O importante de tudo é entender que, ao cuidar tanto do diabetes tipo 2 quanto das outras doenças, é possível evitar ou retardar o desenvolvimento de problemas no coração e nos vasos sanguíneos. Peça ajuda a seu médico. Ele saberá a melhor maneira de tratar cada uma dessas enfermidades.